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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Dolly

"Use protetor solaaar"

Bom dia pessoas!
Como foram de fim de semana? Muita cachaça? Muito Dolly?
Fiquem calmos pois o assunto de hoje NÃO é o refri, e sim, a ovelha!

 "Oi, eu sou a Dolly, e detesto refri!"

Um belo dia, o cientista escocês Ian Wilmut teve a brilhante ideia de dar um tapa na cara da igreja e resolveu testar se a clonagem funcionava mesmo. Foi brincar de "Deus". Ser criatura estava muito mainstream e ele decidiu ser criador.

Criador e criatura

O dia era  5 de Julho de 1996. Era uma linda manhã de Sol, azul, Berenice segura, nós vamos bater, em que Dolly nasceu. Felizes da vida, porém, Wilmut e sua equipe resolveram aguardar para ver se a ovelha era um bichinho apresentável à sociedade, se ela não tinha dupla personalidade, ou múltipla, vai saber, afinal, era um clone, né? E então, apenas no dia 24 de fevereiro de 1997, eles chamaram a imprensa e gritaram: "NÓS CLONAMOS UMA OVELHA!!! CHUPA SOCIEDADE!!! CHUPA NOBEL!!! EU SOU UM DEUS!!!"

"Tô na pista pra negócio!"

Cientistas do mundo inteiro foram à imprensa falar que Dolly morreria rápido, que era um absurdo, que mimimi, pópópó. Pesquisadores se mordendo de inveja, cientistas mergulhados no recalque, religiosos se descabelando, o Papa quase infartou, Deus desceu e falou: "Que palhaçada é essa?", donos de pets queriam seus animaizinhos clonados para viverem "para sempre". Enfim, momentaneamente o mundo virou um caos.

"Desejo a todas inimigas vida longa..."

"Beijinho no ombro pro recalque passar longe..."

"Nossa, mas por que Dolly? Não tinha outro nome?"
Dolly foi clonada a partir de uma célula da glândula mamária de uma outra ovelha de seis aninhos. Juntaram o citoplasma de uma ovelha, o núcleo da célula glandular mamária de outra, implantaram em uma terceira ovelha e tchanram: eis que surge Dolly!

 Esquema da clonagem que originou Dolly

E em homenagem à cantora country Dolly Parton, resolveram batizar a ovelhinha assim.

Entenderam ou quer que desenhe???

Dolly viveu desde carneirinho no Instituto Roslin, Escócia, e teve uma vida comum. Acordava, comia capim, bebia água, ruminava, eructava, às vezes soltava puns e pedia desculpas, nunca foi à Disney, como a maioria de vocês (eu também não fui). Enfim, uma vida bem normal. Em 1998, Dolly conheceu David, um carneiro do País de Gales, muito charmoso e tiveram uma filhotinha: Bonnie, nascida saudável e de parto normal.

Dolly e Bonnie, como não amar?

Um dia estava muito calor e resolveram que era hora de Dolly ser tosada. E com sua lã foi feito um lindo casaquinho brega, daqueles que a gente só aceita quando é tricotado com muito carinho pelas nossas vovós.

Que amor! <3

Bom, como nem tudo são flores, Dolly realmente desenvolveu probleminhas devido ao seu envelhecimento precoce. Em 2002, seus criadores anunciaram que ela tinha artrite e uma doença pulmonar progressiva e então ela foi eutanasiada em fevereiro de 2003, para evitar uma possível infecção e também o sofrimento do animal. Hoje Dolly pode ser vista no Royal Museum em Edimburgo, Escócia, onde está empalhada e em perfeito estado de conservação.

Dolly em uma noite no museu

Agora vem um detalhe que poucos sabem: em 2006, Keith Campbell (um dos cientistas que colaborou, e muito, com Wilmut) resolveu descongelar o tecido mamário de onde extraiu as células para dar origem à Dolly e decidiu clonar a ovelhinha novamente. De 5 embriões, 4 sobreviveram, uma evolução tremenda, pois em 1996 Dolly foi a única sobrevivente de 277 embriões!

Três das quatro Dollys sobreviventes

E pra finalizar...

Congresso anual de Dollys do ano de 2065

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