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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Squonk

"Oi... Quer tomar sorvete?"

Bom dia, chorões!
Bom dia, choronas!
Bom dia, choronxs, para quem não se identifica com nenhum gênero!
O post de hoje é sobre uma criatura do folclore estadunidense: o Squonk.

"Tô tisti..."

Ain, que issu?
Squonk
é uma criatura que, segundo a lenda, habita as florestas de coníferas no norte da Pensilvânia. Coníferas: árvores de Natal, ok?

Ali óh! Perto de NIL IORQUI!

Os relatos surgiram no final do século XIX, quando a região estava no auge da exploração madeireira. Muita gente transitando na floresta, tomando uma breja, álcool no sangue, delírios, sabem como é...
A primeira história escrita vem de um livro do autor William T. Cox, chamado "Temíveis Criaturas dos Bosques Madeireiros, com algumas Bestas dos Desertos e das Montanhas" (tradução livre e ao pé da letra).

O tal livro

Os relatos descrevem o Squonk como uma criatura muito feia, deformada, com uma pele coberta por verrugas e asquerosa. Por vergonha da aparência, a criatura vive escondida e passa boa parte do tempo chorando. Quando se sente ameaçada, ela se dissolve nas próprias lágrimas. E você aí, achando que era o rei do drama, hein?

Tão sentimental quanto um canceriano...

O Squonk gosta de viajar ao entardecer, quando o Sol se põe. Sua trajetória é mais lenta em noites de Lua cheia, pois precisa se esconder da claridade do luar, para que ninguém veja sua aparência.

"Se eu for ligeiro, ninguém verá que não penteei os cabelos..."

Há boatos de que a aparência do Squonk nunca mudou desde os primeiros relatos. O que é estranho, pois as imagens variam entre si numa busca no tio Google.

Vejam bem...

Caçadores e lenhadores da região alegam já ter tentado capturá-la, seguindo o rastro de lágrimas, mas ela sempre escapava, dissolvida nas poças lacrimais. Um homem chamado J.T. Wentling relatou ter conseguido colocar um Squonk na bolsa, mas no meio do caminho para casa, percebeu que a bolsa ficou mais leve... e molhada. A criatura escafedeu-se, não sem antes chorar muito, encharcando a mochila.

Parece verídico...

A criatura possui até nome "científico": Lacrimacorpus dissolvens que significa "corpo que dissolve em lágrimas". Poético.

Com florzinha tudo fica mais bonitinho!

A título de curiosidade, algumas substâncias químicas instáveis desaparecem/dissipam/somem/puf se tentarmos isolá-las. Elas foram batizadas de squonks químicos, em homenagem à criatura. :)

No final, ele só queria um amigo... Que dó... Choraste?

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Anpu

"Chega mais!"

Olá, oi, tudo bom?
Hoje vamos falar de Deus.
Tá, mas qual deles?
Vamos falar dele, o Deus dos Mortos, o cabeça de Chacal, o todo musculoso poderoso Anpu!

"Olar..."

Uai, mas esse não é Anúbis?
Sim, meus caros leitores. Anpu e Anúbis são a mesma pessoa, digo, Deus.
Anúbis é o nome grego do deus egípcio dos mortos e moribundos. No Antigo Egito, seu nome era Anpu, Anupo ou Inpu.

Eu não sei qual era a dieta desses deuses, é tanto músculo, né non?

Anpu é conhecido por guiar a alma dos mortos ao submundo, associado à vida após a morte, à mumificação e é o protetor das pirâmides. Alô Ministério do Trabalho, olha o acúmulo de função! Tudo que é ligado à morte (doença, funeral, enterro, mumificação, assombração) está conectado a ele.

"Pega ladrããão!!!"

Apesar de ser sempre representado com a cabeça de um chacal, alguns egiptólogos alegam que não dá para ter certeza se é um chacal mesmo, afinal, "ninguém tava lá pra ver". Brinks. Segundo eles, não há certeza se são chacais ou cães, mas um fato interessante é que nas cidades que cultuavam Anpu, foram encontrados um grande número de cemitérios e múmias de cães.

"Essa pirâmide é minha. Rela nela procê ver o que te acontece!"

Segundo a mitologia, quando uma pessoa morre, seu coração é pesado na balança de Anpu. O peso é então comparado com a Pena da Verdade. Se for mais pesado, ou seja gente ruim, o defunto é então devorado pela Deusa/Demônio Ammit. Se for mais leve, bondoso, a alma segue num barco pelo Rio Nilo, guiado por Anpu, até encontrarem Osíris, o deus do submundo.

 "Hmmm... deu uma leve inclinadinha, hein?"

"Toca aqui, bro! Bora ver Osíris!"

Anúbis em "American Gods"

 Ammit - corpo de leão e cabeça de cocodrilha

 "Pode passar a mão, ele é bonzinho!"

Coração de político...

No mito Ísis e Osíris, Anpu tem um importante papel. Após ter o corpo despedaçado pelo irmão Set, Osíris foi reconstituído por sua esposa (Ísis) e embalsamado por Anpu, tornando-se a primeira múmia. Permitiu-se então a concepção póstuma de um filho: o Deus Hórus, que depois busca vingança, dando uma surra no tio Set (na verdade ele matou mesmo). Ah, mas Hórus num é filho de Rá? Gente, vamos fazer uma analogia cristã: Jesus é filho de José ou do Deus cristão? Então, façam de conta que Osíris é um José com poderes divinos e o Deus cristão é Rá. Entenderam? Se preferirem, peçam exame de DNA, ok?

"Começando os trabalhos, força, foco e fé!"

Na árvore genealógica, a história mais aceita é que Anpu seja filho de Néftis com Osíris. Na verdade ela era casada com Set, aí eles tiveram uma briga e Néftis tomou a forma de Ísis e foi lá jogar um chamego em Osíris. Quem nunca?

Anpu é casado com a Deusa Anput e tem uma filhinha, a Deusa Kebechet (Qeb-a hwt).

 Eu amo essas imagens que retratam deuses como se eles fossem fofinhos, sendo que eles mandariam raios na tua cara na primeira oportunidade... XD

Kebechet... Essa menina foi trocada no hospital?

Para finalizar, durante as visitas do Império Romano no Egito, no meio do caminho passaram pela Grécia e levaram a história do Deus Hermes (Mercúrio dos romanos) e acharam que seria um ótima ideia unir seu mito com o de Anúbis e criaram o HERMANÚBIS! XD

O que acontece se a gente unir o corpo de Hermes com o vira-lata caramelo???