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quinta-feira, 21 de maio de 2020

Kukeri

É nóis!

Oi, pessoas leitoras!
Primeiramente, gostaria de agradecer a todas as abelhinhas que compartilharam/leram o post de ontem, pois o número de visitas aumentou faraonicamente. ;)

CEO da minha multinacional mostrando o aumento de visitas. Obrigada!

Segundamente, já lavaram as mãos?
Então bora pro post de hoje, pois vamos falar dos kukeri!
Kukeri é o plural de Kuker. Pronto. Fim da postagem.

???

Brinks.
Quem são os Kukeri?
Kukeri são personagens de um festival e rituais muito comuns na região dos Bálcãs, especialmente na Bulgária.
Na língua eslava, kuka é espírito maligno e o sufixo er transforma a palavra em caçador de espíritos malignos.

Pra quem fugiu da aula de Geografia: a localização da Bulgária, ok?

Acredita-se que tudo tenha começado na região da Trácia (hoje dividida entre Grécia, Bulgária e Turquia), como um culto ao Deus Dionísio (sim, o bebum). Apenas rapazes participavam, vestindo-se com o couro de cabras sacrificadas especialmente para o festival. Os rituais da festa marcavam o amadurecimento dos jovens, além de trazer fertilidade para a terra e felicidade e boa saúde para o vilarejo, e claro, afastando os maus espíritos.

"Agora ocê me explica, que que eu tenho a vê com isso?"

Os festivais foram se modificando e adaptando-se ao longos dos séculos e perdura até hoje, ficando proibido (pelo menos oficialmente) apenas durante a invasão comunista na região dos Bálcãs.

"Querido diário, ontem não me convidaram para a festinha da vila. Não vou dizer que chorei, pois estaria mentindo, mas fiquei muito triste. Decido então, a partir de hoje, proibir todos os festivais, baladas, churrascos e festinhas. Se eu não posso, ninguém pode."

Os detalhes do festival variam de acordo com a região, mas a essência é sempre a mesma: pedir proteção contra espíritos malignos, além de fertilidade para a terra e uma boa colheita. Na Bulgária ele ocorre logo após o Ano Novo e durante a Quaresma. As pessoas (grande maioria homens) se vestem com roupas dos mais variados materiais: tecido, couro, pelos, penas...

É claro que espírito corre, né?

Um líder é escolhido e este, além de não usar máscara, trajará uma vestimenta de couro de sete animais diferentes. Os demais colegas usarão uma máscara, que pode ter dois lados: um representando o bem e o outro, o mal, e então saem pelas ruas ao anoitecer, levando em mãos, um bastão em formato fálico chamado thyrsus. O líder entra em todas as casas do vilarejo para pedir proteção e fertilidade. Eles são proibidos de conversar e revelar sua identidade. O único barulho que emitem é o tilintar dos sinos que carregam na cintura.

"Não olha pro lado, quem tá passando é o bonde..."

Atualmente qualquer gênero e idade pode participar, mas a pessoa tem que ficar o dia/noite toda com a fantasia, que é muito pesada (e quente).

"Bem que falaram que essa coisa era quente... Tô suando igual chaleira, cê loko!"

Este aqui chutou o balde e largou a máscara. "Muito pesada" - alegou.

Há algumas encenações nas praças públicas, onde o líder, com seu bastão fálico, simula um ato sexual. Uma esposa simbólica fica "grávida" e depois sente as dores do parto. A cena representa o trabalho no campo - arar, semear - e a fertilidade da terra para a próxima colheita.

Procurei, mas não achei a encenação que descrevi. Fica aqui então, uma dança do festival, ok?
Não briguem comigo!

No final, o líder morre (simbolicamente, claro, PELAMOR DOS DEUSES, não vão matar o cara de verdade, ok?) arrastado por um arado. As mulheres da aldeia entram em cena jogando sementes pelo corpo dele. Ele então "renasce", tilintando seus sinos novamente. As peles que ele usava serão enterradas em sete locais diferentes, garantindo a fertilidade do solo e seu thyrsus é dado a um homem sem filhos, para que ele também tenha muitos filhos no futuro. Segura essa marimba, monamour!

Ainda bem que eles não usam esse bastão pra bater nas pessoas, igual o Krampus, né?

Não sei vocês, mas eu adoro esses festivais que tem um significado bacana e o povo continua sabendo a essência de tudo, mesmo com adaptações aos tempos modernos. Infelizmente, muitas festas que temos hoje foram perdendo seu significado ao longo dos séculos e hoje a gente comemora sem saber de nada, afinal, festa é festa, né non?

E agora, mais fotinhas para vocês (diretamente da NatGeo):

 Kuker na floresta...

 Kuker apanhador do campo de centeio...

Kuker na floresta 2 - o retorno...

 Kuker na casinha de sapê...

Este post foi patrocinado por L'Oréal Paris

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